quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Cesariana, por Laura Lopes - 6º ano B

O QUE SIGNIFICA CESARIANA
A denominação de cesárea ou cesariana, dada à operação de abertura do útero para retirada do feto, tem sido associada ao nome do imperador Júlio César, que teria assim nascido, segundo Plinius. Esta versão é questionável, porquanto a abertura do ventre para retirada do feto com vida só era praticada na antiguidade, entre os romanos, após a morte da parturiente, e a mãe de Júlio César, Aurélia, viveu muitos anos após o nascimento do filho, conforme atestam diversas fontes históricas.
Outra versão inconsistente é a de que Nero, um dos doze césares, teria mandado assassinar sua própria mãe, Agripina, e abrir-lhe o ventre para ver onde ele havia sido gerado.
Muito antes de Nero a operação cesariana já era bem conhecida, e os que nasciam por meio dela, após a morte da mãe, eram chamados caesones, conforme se encontra nos clássicos latinos (cesos ou cesões em português). Dentre os personagens ilustres da História citam-se como cesões São Raimundo Nonato e Cipião o Africano.
A cesárea após a morte da parturiente já era praticada possivelmente entre os egípcios e outras civilizações antigas.
Na mitologia grega, o próprio deus da Medicina, Asclépio, filho de Apolo e da ninfa Coronis, teria nascido de uma cesárea após a mãe ter sido morta por Artemis, a pedido de Apolo, que ficara enciumado com a infidelidade de Coronis.
No reinado de Numa Pompilius (700 AC) a lei romana proibia enterrar uma gestante morta, antes da retirada do feto de seu abdome: "Si mater pregnans mortua sit, fructus quam primum caute extrahatur".
O primeiro relato de cesárea em parturiente viva refere-se à realizada na Suíça, por Jacob Nufer, um castrador de porcas, em sua própria esposa, no ano de 1500. A paciente sobreviveu e teve outras gestações posteriores com partos normais.
Em 1581 Rousset publicou o seu Traité Nouveau de L'hysterotomotokie ou Enfantement Césarien, no qual relata histórias de casos operados por cirurgiões-barbeiros da época.
A partir do século XVII a operação cesariana passou a fazer parte integrante da obstetrícia, porém com elevada mortalidade materna e fetal. Langaard, em seu Dicionário de Medicina Doméstica e Popular (1873) dá-nos o seu testemunho: "Apesar de que não se pode admitir que a operação seja absolutamente mortal, é o numero das operadas que escapam muito limitado".Somente no século XX a cesárea tornou-se uma operação rotineira.
A palavra cesárea e as expressões parto cesáreo e operação cesariana vinculam-se ao verbo latino caedo, caesum, caedere, que equivale ao grego témno, cortar. Dele derivam caesus, a, um, cortado; caeso, onis, ceso ou cesão; caesura, corte;e caesar, aris, com o mesmo sentido de caeso, onis, isto é, aquele que é tirado do ventre da mãe, "qui caeso matris utero nascitur".
Outros nomes, formados de radicais gregos, já foram propostos em substituição a cesárea ou cesariana, tais como hipogastrotomia, tomotocia, histerotomia, metrotomia, láparo-histerotomia, gastro-histerotomia, célio-histerotomia, histerotocotomia, histerotomotocia, e outros, porém não lograram aceitação.
Teria o nome de César algo a ver com o parto cesáreo, como sugeriu Plinius? Parece que não, e existem três outras hipóteses para explicar a origem do nome de Júlio César. A primeira remonta ao sânscrito Kesar, que quer dizer cabeleira; a segunda dá o nome de César como sendo de origem púnica (de Cartago), significando elefante, símbolo da força; e a terceira identifica-o ao etrusco, com o sentido de deus.
A origem etrusca é a mais plausível e o sentido de divindade poderia ter levado Adriano (século II d.C.) a adotá-lo como título, o qual, depois de Diocleciano (século III d.C.) passou a designar o herdeiro presuntivo do trono, reservando-se ao imperador o epíteto de Augustus.
Devemos escrever cesárea com e, porquanto cesária com i designa um instrumento de corte utilizado na encadernação de livros, mais conhecido entre nós por cisalha. Já cesariana escreve-se com i , pois a terminação -eano(a) constitui exceção em português e emprega-se em reduzido número de adjetivos. Também não se deve grafar cesárea ou cesariana com z.
Tanto cesárea como cesariana eram primitivamente apenas adjetivos. Atualmente são empregados também como substantivos, especialmente o primeiro. A substantivação do adjetivo por elipse é um fenômeno comum da língua. O adjetivo, neste caso, incorpora o significado do substantivo contíguo e passa expressar todo o conteúdo do sintagma.

TCHAU
LAURA LOPES
Viram como os meus alunos são inteligentes, as aulas autrapassam as paredes da sala de aula.
Quem será o proximo?
Se ela permitir, postarie fotos dela.

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